Estes dias conversando com um amigo que pertenceu a Comunidade Judaica Paulistana, e hoje vive recluso no interior paulista, ele me contava da saga que viveu enquanto criança e adolescente. Seu pai um psicoterapeuta bem sucedido, vivia com sua esposa e cinco filhos confortávelmente, num apartamento no Jardim América na Zona Sul da Capital. Adepto a jogos de azar, corrida de cavalos, o mulherengo progenitor terminou por consumir todos os seus recursos, e sua família foi morar em Capão Redondo, periferia da Zona Sul de Sampa.
Eu chocado com a história, perguntei: E como vocês sobreviveram a esta tragédia? Ele me responde com serenidade, "foi a melhor coisa que nos aconteceu." Agora perplexo, tendo entender a lógica desta surpreendente resposta, e ele continua... "Viviamos trancafiados entre grades, muros, portarias, e seguranças, e a partir daquele instante, conheci as ruas, fiz uma montanha de amigos, soltava pipa, jogava bola num campinho próximo, ninguém queria nos roubar, ninguém nunca furtou nada em minha casa. Era a mais completa liberdade, eu voltava pra casa todos os dias sujo de terra, e exausto de tanto brincar. Foi o paraíso, salvou minha infância, era o melhor que uma criança poderia ter e desejar."
Confesso que isto mexeu tanto comigo, que há muitos dias venho pensando no assunto e questionando todos os valores estabelecidos. Tenho um garoto de nove anos que passa a vida na escola, e em casa rodeado de computadores, canal a cabo, netflix e playstation 3 e seus jogos nada inocentes. Eu sinceramente, não sei se não seria melhor se vivessemos na periferia, onde tem vida, onde o vizinho conhece todos os seus filhos e compartilha o pouco que não tem. A classe média alta e os ricos não tem vida, tudo é melancolia e superficialidade, isolados em seus castelos, superlotam os psquiatras, psicoterapeutas, psicólogos, analistas e abarratom suas prateleiras de anti-depressivos, ansiolíticos e calmantes.
Eu passei a minha infância caçando, nadando em rios, rodando pneu pela cidade, bricando na terra, subindo em árvores, chupando tamarino e comendo goiabas no pé com as mãos sujas, e trocaria tudo pra voltar aquela vida novamente. Onde os dias eram mais claros, o céu mais azul, as nuvens lindamente alvas e a brisa refrescante que batia em nós todas as manhãs. Os jogos de bola nos campinhos e nas ruas, as bolas queimadas, e tudo mais.
De onde vem as tensões sociais? Qual a origem da violência urbana? Quem dá cobertura e retaguarda ao tráfico de drogas?
Estamos todos sendo conduzidos a uma vida medíocre, encarcerendo nossos filhos em seus castelos de areia, para que uma meia-dúzia de tubarões tornem-se cada vez mais ricos, com seus bottons do rotary, e seus graus maçônicos, e sua crescente influência política, ávidos de poder, banqueteiam-se e adulam-se uns aos outros num promíscuo apadrinhamento, troca de interesses, corrupção, clientelismo e até nepotismo. Nada de novo, Roma também foi assim, a única diferença é que os cidadãos romanos viviam protegidos pela "res pública" e hoje nós vivemos ameaçados pelo Estado que nos vê como fonte de impostos e de votos, mais lembrando os camponeses da Alta Idade Média, cuja a única função era trabalhar para sustentar seus Lordes e Bispos.
Belíssima Civilização, a Idade Média continua entre nós, nada mudou.
É a velha oligarquia trabalha duro para que cada reforma, cada eleição, cada revolução, cada agitação popular ou das elites, mudem tudo de lugar, se possível troquem todos os nomes e denominações, para no final ficar tudo como sempre foi. É a mágica da enganação, o ilusionismo do engodo, para que os "camponeses" continuem com sua única função: sustentar seus Lordes e Bispos.
Eu chocado com a história, perguntei: E como vocês sobreviveram a esta tragédia? Ele me responde com serenidade, "foi a melhor coisa que nos aconteceu." Agora perplexo, tendo entender a lógica desta surpreendente resposta, e ele continua... "Viviamos trancafiados entre grades, muros, portarias, e seguranças, e a partir daquele instante, conheci as ruas, fiz uma montanha de amigos, soltava pipa, jogava bola num campinho próximo, ninguém queria nos roubar, ninguém nunca furtou nada em minha casa. Era a mais completa liberdade, eu voltava pra casa todos os dias sujo de terra, e exausto de tanto brincar. Foi o paraíso, salvou minha infância, era o melhor que uma criança poderia ter e desejar."
Confesso que isto mexeu tanto comigo, que há muitos dias venho pensando no assunto e questionando todos os valores estabelecidos. Tenho um garoto de nove anos que passa a vida na escola, e em casa rodeado de computadores, canal a cabo, netflix e playstation 3 e seus jogos nada inocentes. Eu sinceramente, não sei se não seria melhor se vivessemos na periferia, onde tem vida, onde o vizinho conhece todos os seus filhos e compartilha o pouco que não tem. A classe média alta e os ricos não tem vida, tudo é melancolia e superficialidade, isolados em seus castelos, superlotam os psquiatras, psicoterapeutas, psicólogos, analistas e abarratom suas prateleiras de anti-depressivos, ansiolíticos e calmantes.
Eu passei a minha infância caçando, nadando em rios, rodando pneu pela cidade, bricando na terra, subindo em árvores, chupando tamarino e comendo goiabas no pé com as mãos sujas, e trocaria tudo pra voltar aquela vida novamente. Onde os dias eram mais claros, o céu mais azul, as nuvens lindamente alvas e a brisa refrescante que batia em nós todas as manhãs. Os jogos de bola nos campinhos e nas ruas, as bolas queimadas, e tudo mais.
De onde vem as tensões sociais? Qual a origem da violência urbana? Quem dá cobertura e retaguarda ao tráfico de drogas?
Estamos todos sendo conduzidos a uma vida medíocre, encarcerendo nossos filhos em seus castelos de areia, para que uma meia-dúzia de tubarões tornem-se cada vez mais ricos, com seus bottons do rotary, e seus graus maçônicos, e sua crescente influência política, ávidos de poder, banqueteiam-se e adulam-se uns aos outros num promíscuo apadrinhamento, troca de interesses, corrupção, clientelismo e até nepotismo. Nada de novo, Roma também foi assim, a única diferença é que os cidadãos romanos viviam protegidos pela "res pública" e hoje nós vivemos ameaçados pelo Estado que nos vê como fonte de impostos e de votos, mais lembrando os camponeses da Alta Idade Média, cuja a única função era trabalhar para sustentar seus Lordes e Bispos.
Belíssima Civilização, a Idade Média continua entre nós, nada mudou.
É a velha oligarquia trabalha duro para que cada reforma, cada eleição, cada revolução, cada agitação popular ou das elites, mudem tudo de lugar, se possível troquem todos os nomes e denominações, para no final ficar tudo como sempre foi. É a mágica da enganação, o ilusionismo do engodo, para que os "camponeses" continuem com sua única função: sustentar seus Lordes e Bispos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário