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domingo, 16 de agosto de 2015

Quais são as soluções para sairmos definitivamente da Crise??????


Em meados de 2014 alertei no meu blog e no facebook sobre os malabarismos contábeis do governo federal, como o subsídio disfarçado da Energia Elétrica, os preços dos combustíveis mantidos artificialmente baixos, o Real sobrevalorizado frente ao dólar, no objetivo de manter o controle artificial da inflação, também chamava a atenção o crescimento do endividamento da Petrobrás de 2012 para 2013.




Naquela oportunidade ainda não existia operação lavajato, mas a despeito dos graves problemas de corrupção, os números da administração federal revelavam que as contas públicas iam de mal a pior.
É notório que Guido Mantega alertou em relatório a presidente Dilma sobre todos estes problemas que agravariam ainda mais o déficit público, mas tudo foi engavetado e mantida a gastança em virtude das eleições que se aproximavam (leia-se reeleição). Aliás o Brasil sempre sucumbiu aos projetos de poder que precedem em muito os projetos de governo.
Naquele ano eu argumentava que a presidente Dilma não merecia outro mandato, justamente pelo evidentes deslizes, com a conta combustível chegando aos 26 bilhões de reais anuais, a conta energia mais de R$ 6 bilhões, sendo financiados por bancos estatais (CEF) para não onerar ainda mais as contas do tesouro nacional, os tais malabarismos ou pedaladas fiscais.


Enfrentei petistas enfurecidos, bradando as conquistas sociais dos últimos anos, a ascenção da classe C, tudo aquilo que já sabemos e que é verossímil.
Mas passadas as eleições, a “maioria” dos votos válidos decidiu por mais 4 anos de governo petista, quando é importante ressaltar que ela foi eleita com pouco mais de 30% dos total de eleitores brasileiros.  O grande percentual de não comparecimentos, mais votos brancos e nulos, mais os votos do candidato Aécio perfazem dois terços dos eleitores nacionais.
Então não é novidade que logo de partida havia 60%, talvez um pouco mais de eleitores que não eram favoráveis ao governo.
E também não é segredo que paralelamente as conquistas sociais, grande parte do consumo até ali foi financiado com crédito farto e “barato” oferecido pelos bancos oficiais governamentais, as chamadas medidas anti-cíclicas.
Entretanto, por incrível que pareça, o governo sabia e muito que o modelo vigente de gastos estava esgotado, e partiu para o ajuste demitindo Mantega e nomeando Joaquim Antonio Levy pra o Ministério da Fazenda.
O que precisamos entender é que esta crise estava anunciada há muito tempo, e que nada obstante a fragilidade política do governo junto a sua base de sustenção no congresso, não havia outro caminho senão o ajuste.

Esta crise não tem nada de conjuntural, ela é absolutamente estrutural, e vem sendo empurrada com a barriga há pelo menos 20 anos.  Certamente esta afirmação deixara muitos estupefatos, mas estes são os fatos.
A carga tributária nacional era há 20 anos aproximadamente 24% do PIB, e as despesas orçamentárias governamentais cresceram e continuam a crescer ano a ano por osmose, ou em bom português, cresce sozinha, sem a ingerência de ninguém, simplesmente pela herança constitucional e o arcabouço jurídico da legislação vigente, que criou muitos direitos para a população, principalmente para uns poucos privilegiados e organizados do setor público, os chamados direitos adquiridos, que foram adquiridos justamente pelo corporativismo estatal que tem suporte político há décadas.  Também para o restante da população muitos direitos foram estabelecidos pela nossa carta magna e suas derivações, que são as Leis que os regulamentam.  Ninguém disse ao criar tantas despesas (leiam-se direitos) de onde viriam os recursos.  Os governos sucessivos não tiveram outra alternativa a não ser aumentar impostos, e isto foi feito por todos os governos desde então.
Atualmente nossa carga tributária está em 37% do PIB, somando-se mais 6% de déficit orçamentário em 2014, chegamos a absurdos 43% do PIB.

O governo gasta 43% de tudo o que é produzido no país.

 Alguém acha que este modelo é sustentável????
Por favor me  expliquem como continuar aumentando a carga tributária nos próximos anos?
Um congresso irresponsável, liderado por um apátrida, oportunista e aproveitador, votando pautas ditas “bombas” para aumentar ainda mais os gastos governamentais, fazendo seu joguinho político pessoal, querendo barganhar seu provável indiciamento na Lava a Jato.
  Ora o problema, agora, a ser enfrentado não é a presidente Dilma, de nada resolveria a esta altura um impeachment. Primeiro porque não há base legal,  se não houver prova material do seu envolvimento nos esquemas de corrupção, isto seria golpe, segundo porque quem precisa  ser cassado é o presidente da Câmara de Deputados, um lesa-pátria que deveria ser expulso da política.
Todas estas bobagens de antecipar eleições, não tem respaldo legal e constitucional, reduziria nossas instituições a pó de traque. Esta besteira só pode ser propagada por políticos oportunistas e mal intencionados e pelas “elites” acéfalas, e a chamada classe média alta, que estão sentindo a dor do ajuste via efeito colateral recessivo.  Estas “elites” deveriam conhecer um pouco mais dos números nacionais, de como se compõe o orçamento da união, para verificar que os gastos com os denominados “direitos adquiridos” de uma minoria, com suas aposentadorias integrais, suas regalias, licenças-premio, etc são absolutamente insustentáveis, entre outros direitos que perpetramos ali desde 1988.


Sei que isto atrairá o furor corporativista de todos os que trabalham no setor público, e até entendo o direito destes de tentaram manter este status quo, pois foi isto que os atraiu para o empregador estatal.

Entretanto quem paga a conta é a população em geral, o contribuinte, a parcela mais pobre da população.

E este estado de coisas é agravado por outro grave problema estrutural que vem se perpetrando há décadas: no Brasil se tributa os salários e o consumo e não o capital, as grandes fortunas, os grandes acúmulos de dinheiro na mão de poucos.
Isto não é um modelo socialista, os grandes países capitalistas tem uma estrutura tributária antagônica a que é praticada no Brasil.
O capitalismo é um sistema “injusto”, mais é o melhor sistema que a civilização encontrou até o dia de hoje, ele funciona, premia os que mais se esforçam, os mais competentes, os que produzem mais, etc.
Qualquer sistema de bem estar social só pode ser sustentado por países que enriqueceram.

   E enriquecer não é aumentar o PIB absoluto, mas o PIB per capta, o PIB relativo, o PIB por habitante, é aumentar a renda da população, via aumento da produtividade e melhor distribuição de renda.

E esta é uma tarefa gigantesca que o Estado, os governos tem o dever de concretizar enfretando todo o tipo de reação e oposição de parcelas da sociedade que embora minorias concentram a renda e consequentemente o poder.  Não é uma tarefa fácil, mas não existe outro caminho.
 A China é a segunda economia do planeta, mas é um pais pobre com seus 1,2 bilhões de bocas para alimentar.  O Reino Unido tem um PIB menor que o do Brasil, mas com sua população de apenas 60 milhões de pessoas é um país rico.  A Alemanha com seus meros 40 milhões de almas é o pais mais rico da Europa, porque tem a maior renda per capita da Europa, a exceção das ilhazinhas de prosperidade como Mônaco, Liechstein, Malta, San Marino, etc.

Não adianta crescer o bolo, se não aumentarmos a fatia dos mais pobres, via educação pública de qualidade, e inclusão social.
  Aumentamos o bolo, e o governo fica com a metade, e os políticos + funcionalismo público abocanham 50% desta metade.  O que sobra para a grande massa????

Este é um modelo falido,  não tem sustentação a longo-prazo.  Alguém tem que ter a coragem de colocar os pingos nos is, e explicar isto para a população, e principalmente a estas minorias privilegiadas.

De contar para a povo de onde vem e para onde vão os recursos.

Os mais pobres quando compram um refrigerante, uma dúzia de ovos, um maço de cigarro, uma cerveja, estão pagando um gigantesco imposto indireto que vai financiar as condições extremamente diferenciadas dos que passaram num concurso público, são estes que pagam a conta e não o governo.  O governo não paga nada, apenas tira de uns e transfere para outros. Ou melhor faz o contrário do que deveria fazer, tira de uma maioria desorganizada com interesses difusos, e transfere para uma minoria organizada e corporativa.


 Eu posso fazer estas afirmações com a experiência de quem foi do setor público, passei em 3 concursos públicos,  Nossa Caixa, Banespa, e Banco do Brasil, no primeiro nem cheguei trabalhar, no segundo fiquei 6 meses, e no terceiro juntando tudo (fui menor aprendiz do BB) quase 10 anos, pedi demissão as vésperas de completar 30 anos de idade, fora dos programas de incentivo o chamados PDVs, pois eu não me enquadrava no perfil de funcionários que o Banco queria se livrar, fui embora sem nenhuma regalia.
 O  Banco passava por uma reestruturação, tinha uma folha de pagamento gigantesca e  para quebrar a espinha dorsal do velho funcionalismo corporativista, se utilizou amplamente do assédio moral, e todo o tipo de barbaridade perpetrada pelos capatazes destacados para fazer o chamado serviço “sujo” de forçar a saída de funcionários mais velhos e caros, via PDV.
O Banco Gigante  precisava ajustar-se as novas regras do mercado ditadas pelo Plano Real.  Tinha 120 mil funcionários, míseras 6 milhões de contas, e apenas R$ 70 milhões de Ativos. Não suportei ver tanta sujeira e decidi que ali não era meu lugar. Não estava no alvo de demissão do Banco, pelo contrário, ganhava relativamente pouco, era novo e tinha até o apelido de “Turbo”, mas o ambiente na Direção Geral era fétido e insalubre. Deixei os cães raivosos tipo Manoel Reigota dos Santos e Manoel Pinto, triturando cinquentões do velho BB, que lotaram as clínicas psiquiatras, e fui cuidar da minha vida.
Hoje o Banco ajustado tem 116 mil funcionários a maioria jovens, 64 milhões de contas, mais de R$ 1 trilhão em ativos.  Entretanto creio que assim como o BNDES e a Caixa Federal ainda terá que passar por um expurgo contábil pois muitos empréstimos na gestão Dilma foram realizados fora dos ditâmes das boas práticas bancárias, prazos, taxas e limites de crédito mais do que generosos.

 Meu irmão caçula, é o exemplo típico da minha abordagem, ele nunca passou em qualquer concurso público, não estudou, até porque não precisou, se tivesse no mercado tinha que ter seu próprio negócio pois não teria empregabilidade no setor privado.  Ele trabalhava num cartório que foi absorvido pelo estado, do dia pra noite tornou-se funcionário público,  passou a fazer parte da elite dos trabalhadores nacionais e irá aposentar-se com salario integral, com todas as regalias do serviço público, pago por nos outros pobres diabos.  Sorte dele, azar nosso que não quis ficar pendurado nas tetas do governo.

Este é o modelo vigente, um país extremamente injusto, onde o estado arrecada muito e gasta mal seus recursos, investindo prioritariamente em politicagem, corrupção e corporativismo público,  sobrando muito pouco para a grande massa trabalhadora.


Quando é que teremos a coragem de enfrentar o problema????  Ou vamos ficar fingindo que o problema do país é uma pobre diaba, incompetente na articulação política que foi jogada ali pelo seu antecessor, que de tamanha popularidade elegeria qualquer outro poste, o grande líder de um partido que abraçou a mediocridade, via corrupção,  tornando-se uma agremiação de mafiosos que sentenciam seus pares a morte se for preciso, para manter seu modelo maldito e corrupto, vide as execuções de Celso Daniel e Toninho do PT, por exemplo.
O PT tem que ser expurgado da vida nacional, perdeu a curva da história, é um partido de medíocres, com sua liderança composta por mafiosos corruptos, que investiram tudo no seu plano de permanência no poder a qualquer custo em detrimento de um plano nacional de governo de longo-prazo.
Sendo acharcados pelo fisiologismo pmdebista a exemplo do que ocorria com o psdb quando era “apoiado” pelo DEM, capitulou as pressões e entrou de cabeça no Mensalão, no toma-lá-dá-cá, na nomeação desenfreada de cargos e criação de ministérios para acomodar a “base aliada” a um custo de bilhões de reais.

Mas não é só o PT que precisa purgar, o PSDB com seus Metrôs e Rodoanéis, o PMDB que é um ajuntamento de líderes regionais, com seu fisiologismo sanguessuga, que custa uma fortuna ao erário público, e sua estrutura camaleônica e fratricida, também precisam passar por um expurgo.
A qualidade dos nossos políticos é duvidosa, muitos carecem de formação, mas tantos outros de caráter, vergonha na cara e moralidade cívica que dirá então de terem real espírito público.
E o modelo putrefado federal se replica e se alastra nos estados e nos municípios, porque a matéria-prima é a mesma.
A corrupção não está só no Lava a Jato ou no governo federal. Ela é endêmica e domina todas as esferas de governo, nas pequenas prefeituras, nas polícias civis e militares e seus braços rodoviários estaduais e federais e até nos bombeiros, por incrível que pareça.  O que dizer então dos fiscais de renda, do Ministério do Trabalho, dos fiscais municipais.
Não escapa nada e quase ninguém, é um câncer que se alastrou e de tão grande tornou inviável qualquer procedimento cirúrgico sob pena de paralisar os governos, pois estes tem “estabilidade” e são organizados, corporativistas.
 Então nos acostumamos a conviver com este corpo governamental chagástico e fétido, como se fosse uma coisa natural, quase genética do nosso povo e do nosso país.


Estas pessoas não olham no espelho somente para o próprio umbigo. E quando olham não veem a imagem real, mas a imagem que projetam de si mesmas. Uma imagem narcisistica e condescendente com o fedor que se instalou nas suas mentes apodrecidas pela indecência.  Mentes quase psicóticas e cauterizadas por seus arcabouços de justificativas, pois o patrão é mais corrupto.


 Elas também não olham ao seu redor, para a tremenda injustiça social da qual são partícipes e co-artífices.

Vamos continuar vivendo trancafiados em nossos guetos de prosperidade rodeados de uma horda de miseráveis, trabalhadores, marginais, traficantes, desempregados, viciados.
  E os carrões continuarão saindo dos seus condomínios para buscar na periferia a cocaína que os faz esquecer o quão desumanos e covardes eles são.
 Precisam do THC para relaxar, e aplacar suas consciências embriagadas pela hipocrisia contumaz que forjou suas personalidades fúteis e frívolas, consumistas e utilitaristas que só conhecem o caminho dos shopping centers e de Miami beach e vez por outra frequentam um clube de serviço para mostrar ao mundo como são benemerentes, ganhando imerecidos aplausos medalhas e honrarias de seus pares e lindos botons para colocar nas lapelas de seus paletós.  Doam uma cadeira de rodas para quem eles mesmos, ajudaram vitimizar  transformando-os em paraplégicos de mente e de sonhos, e que precisam, como dizia o poeta Cazuza, da caridade de quem os detesta, porque poluem a beleza das esquinas e semáforos lotados de vendedores ambulantes, deficientes, miseráveis, que imploram a compra caridosa de uma caixinha de Mentos ou de uma gominha.

Na crise todos querem ficar líquidos, a indústria liquidam seus estoques, o comércio parcela sem juros, demitem se retraem pois querem ficar líquidos.  Os banqueiros sobem os juros cortam o crédito por precisam ficar líquidos.
E tudo porque????  Não há confiança.  Sem confiança o investimento não acontece.  E como disse o Professor Delfim, de tão líquidos podem morrer afogados em tanta liquidez.


Para que a confiança volte é necessário um sério ajuste estrutural, com uma agenda positiva no Congresso Nacional que reforme todos os excessos orçamentários e coloque o país num rumo sustentável, doa a quem doer.  Dilma Roussef não é a infecção, apenas a FEBRE.



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