Barbosa diz que 90,5% das despesas do governo não são
contigenciáveis
Fonte: Valor Econômico 01/09/2015
Em busca de apoio político
para enfrentar o déficit
orçamentário previsto para 2016, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa,
apresentou a deputados petistas os principais aspectos da proposta das contas
do próximo ano e mostrou a “rigidez” dos gastos, o que dificulta corte de
despesas para alcançar um resultado fiscal melhor. Segundo ele, 90,5% dos desembolsos primários
do governo federal para 2016 não são contingenciáveis. Barbosa voltou a
insistir na necessidade de revisão dos gastos
obrigatórios, como Previdência Social, benefícios assistenciais e salários de
funcionários públicos.
Em paralelo com o projeto de orçamento de 2016
há “uma proposta de política fiscal de longo prazo para discutir a trajetória
das despesas obrigatórias”, afirmou em reunião com a bancada do PT na Câmara.
No entanto, Barbosa lembrou que alterações
nesse tipo de gastos para resolver a “rigidez” não são feitas “de hoje para
amanhã” e têm que ser discutidas com a sociedade e com o Congresso. A agenda do ministro está cheia.
Depois, ele ainda
vai se encontrar com deputados do PCdoB e do PROS.
O ministro argumentou que, para manter a
Previdência Social – um gasto que cresce no Brasil e no mundo – sustentável,
algo tem que ser feito. A saúde, para ficar como “a população deseja”, também
tem que ser debatida: não só as fontes de financiamento, mas também como os
recursos serão usados, acrescentou.
O governo enviou ontem a proposta de orçamento
de 2016 com a previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões, sendo que antes a
estimativa era superavitária.
O ministro citou diversas medidas que o
governo pretende adotar para elevar a arrecadação federal, como a revisão de
benefícios dados a alguns setores, venda de ativos, aperfeiçoamento e aumento
de cobranças de dívida ativa da União e concessões, principalmente, de portos e
aeroportos previstas para a primeira metade do próximo ano.
Apesar do esforço
do governo para controlar as contas, “há um déficit”, ressaltou ele.
Barbosa também afirmou que a queda da
atividade econômica que vem sendo constatada em 2015 vai refletir em menor
arrecadação de impostos em 2016. Isso porque alguns tributos, como Imposto de
Renda e CSLL, incidem sobre o resultado obtido pelas empresas, que vem sendo
prejudicado pela crise econômica.
Com o recuo previsto na receita e o aumento
estimado nas despesas, explica-se o déficit orçamentário de R$ 30,5 bilhões,
frisou o ministro. “Estamos trabalhando em reformas para controlar o
crescimento do gasto”, completou
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