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segunda-feira, 26 de julho de 2010

A NOVA LEI CONTRA PALMADAS







O assunto mais comentado no momento é o projeto de Lei que veta castigo físicos em crianças. Extremamente polêmico e controverso, penso que sua discussão deveria chamar à atenção para reflexões mais profundas sobre a família brasileira, a educação pública e privada, e em nossa identidade como brasileiros ainda em formação. Somos produto da miscigenação, qualquer comparação com países europeus é prejudicada somente por este fato. Descendemos de imigrantes sofridos, famintos, perseguidos e sonhadores que se somaram a descendentes de portugueses exploradores, índios e negros que foram vendidos por seus pares na África e/ou capturados. É impressionante como se quer adotar uma legislação semelhante a da SUÉCIA, num país onde a violência urbana explode, com um contigente de brasileiros que perderam sua identidade rural e encontram-se "estocados" nas periferias, nos conjuntos habitacionais, sem uma escola pública minimamente decente, desempregados, sub-empregados, desenganados, frustrados, expostos a todo tipo de violência, drogas lícitas e ilícitas, ou presos em cadeias fétidas, desumanas, controladas por organizações criminosas, universidades do crime, que lá de dentro comandam as ações de seus "soldados" e agentes, verdadeiros quartéis generais do crime organizado. Somos um país de analfabetos funcionais, e que se busca é sempre vender estatísticas para "inglês ver", isto é cultural da política brasileira. Sempre procuramos importar modelos convenientes, raramente nossas leis nascem de nossa própria realidade. Que diferença fará esta lei nas favelas, nos morros, nas CECAPs, CDHUs e Cohabs da vida??? Nossa sociedade (que sociedade?) é alienada, vive em guetos, olhando para o próprio umbigo e para o novo carro do vizinho. trancafiada nos prédios e condomínios que dão a falsa (e bem falsa) sensação que estamos seguros. Condominios não protegem de criminosos, 95% das portarias são uma piada, eu entro em qualquer um deles, em qualquer capital deste país. Eles nos protegem sim, dos famintos, dos miseráveis, dos pedintes, das crianças de rua, dos viciados em crack, dos andarilhos, dos bêbados, da pobreza e da tragédia que não queremos ver, da qual não somos parte, não nos sentimos nem minimamente responsáveis, e nos consideramos vítimas, pois no íntimo, na maioria das vezes desprezamos aqueles que lavam e abastecem nossos carros, limpam nossas ruas, recolhem nosso lixo, e por aí vai. Existe uma quantidade de trabalho acumulado de gerenciamento público deste país impressionante, estamos 50 anos atrasados no mínimo. Vamos começar reformando o sistema prisional, construindo cadeias humanizadas, triplicando as vagas, retirando da rua aquilo que já estragou. E investindo maciçamente em Escolas Públicas limpas, agradáveis, que possam abrigar quem ainda tem conserto. Depois poderemos pensar se as palmadas educam ou não, porque hoje as crianças não estão preocupadas com isto, elas querem se livrar do descaso, do desprezo, dos tiros, da falta de comida, dos espancamentos (que já são crime no estatuto do menor), da falta de escola, da ausência de perspectiva.
Proponho uma nova lei que combata a HIPOCRISIA, é degradante a qualidade de nossas lideranças. Precisamos reciclar nossas cabeças, a ditadura é um discurso velho, precisamos saber o que faremos com a nossa democracia, faltam estadistas e sobram oportunistas, as melhores cabeças não estão no congresso, nem no executivo, muito menos no Itamaraty. O Judiciário é um caso a parte, vive num mundo próprio, vítima de seu principal cliente que abarrota seus tribunais - o governo - que é quem gerencia seu pagamento em nome do povo. Sou a favor das Palmadas, principalmente se forem bem aplicadas na cara dos políticos deste país.

2 comentários:

  1. Seu texto está fantástico! Disse td. Parabéns pela visão que tem ! Vc percebeu que coisas do tipo só são votadas em ano eleitoral?Por que será?

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  2. Essas fotos são terríveis. Nossa realidade é muito cruel!

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