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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Gerenciando sua Tesouraria


Um dos equivocos mais frequentes que encontro em pequenas e medias empresas no Brasil é a incompreensão   da correta estratégia de uma tesouraria, e uma confusão ou a ausencia de conhecimento sobre a diferença entre Tesouraria e Finanças, não raro é a tesouraria ser chamada de financeiro, quando na verdade ali nada mais se faz do que contas a pagar e receber e captação de recursos por demanda, sem nenhuma estratégia prévia.
Para agravar o quadro, muitos gestores quando muito fazem uma planejamento tático comercial, e um esboço estratégico de vendas, quase nunca dando atenção necessária, e também não tem em seus quadros quem o faça, a correta e necessária administração financeira.
É óbvio que preliminarmente o objetivo zero de uma tesouraria maximizar prazos de desembolsos e minimizar prazos de recebimento, e isto vale para captação de recursos inclusive.  Entretanto, há de se cumprir certos pré-requisitos de controle e planejamento - PDCA -  e uma formalização claro do Plano de Negócios e seus desdobramentos, culminando num Gerenciamento por Diretrizes (by V.Falconi) onde tudo há um objetivo, um prazo e um valor.
Sempre repito uma surrada frase: "O importante não é quanto voce deve, mas sim o custo efetivo e o prazo médios ponderados desta dívida."  Daí porque ninguem deveria imobilizar recursos do caixa da empresa, mas sempre e somente imobilizar recursos de terceiros (BNDES principalmente) de baixo custo e longo-prazo. Muitos na ilusão de "imobilizar sem dívidas" acabam por ficar sem capital de giro, e aí sim vão para as mãos da agiotagem bancária nacional.  Seria melhor que alugassem galpão, equipamentos, etc do que lançar mão dos recursos da empresa para imobilizações.
Outro aspecto fundamental quase sempre negligenciado é o correto monitoramento financeiro dos usos e fontes operacionais da empresa e suas variações trimestrais: Investimento Operacional em Giro, Tesouraria, Capital Circulante Líquido, Longo-Prazo e Capital de Giro Próprio. Isto é fundamental para não lançar a empresa no desequilibrio patrimonial e na armadilha do "Efeito Tesoura"  onde quanto mais eu vendo, mais capital de giro necessito (IOG) e mais meu capital de giro próprio fica negativo, abrindo um verdadeiro buraco, onde trabalha-se muito e os resultados ficam com os Bancos.
O Brasil é um país onde os juros de empréstimos para capital de giro são os maiores do planeta, principalmente para pequenas e médias empresas, existem produtos que são agiotagem escancarada. É interessante que com o valor pago de juros por muitas empresas, ela contrataria o melhor profissional de finanças disponível no mercado.  E toda esta miopia gerencial ainda é herança dos tempos inflacionários, onde financeiro era um sujeito que vivia indexando tudo, e nem lembrava o que era custo.
Não é difícil imaginar porque mais da metada das pequenas empresas não sobrevivem a barreira dos 5 anos de fundação e apenas 20 por cento completam 10 anos de existencia.
Deveriamos ter escola de negócios a exemplo do Estados Unidos espalhadas pelos quatro cantos do país, no lugar destas faculdades particulares com seus cursos vergonhosos, verdadeiras caça-níqueis dos pobres desafortunados herdeiros da falência educacional que o Brasil e seus governantes fizerem por merecer.

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