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domingo, 29 de abril de 2012

Do que os gestores tem medo, e porque demoram em tomar decisões cruciais



Quando uma empresa passa por dificuldades financeiras, é sinal de que algo não está certo. É o momento da gestão parar e rever sua estratégia, seu planejamento e os processos internos.

Normalmente, a crise surge nas finanças da empresa, falta de recursos para capital de giro e investimentos. A crise é o desdobramento de problemas que tem origem em outras áreas, e a empresa inteira precisa passar por uma reestruturação.

O processo de reestruturação é um momento delicado para a companhia. Gera muitas expectativas, incertezas, momentos de estresse e indecisão, mas, é também um momento de desafio, que pode trazer novas oportunidades para a empresa e seus acionistas.

As dificuldades financeiras costumam tem mais de uma causa. Na década de 80, tinha-se a idéia de que o que separava empresas bem sucedidas de empresas fracassadas eram dois fatores - administração ou sorte.

David Lovett observou que a administração de empresas bem sucedidas parecia ter tido "sorte", enquanto a administração de empresas fracassadas parecia ter tido "azar". Essa abordagem um tanto simplista era popular na década de 80.

Lovett concluiu que essa abordagem não era muito útil, já que apenas se preocupava em identificar o culpado pelas dificuldades da empresa. Ao examinar melhor o problema chega-se ao clássico dilema do "ovo ou a galinha".

Qual o verdadeiro fator que causa o declínio financeiro das empresas? Será que é só uma causa ou um conjunto de causas? Pode se identificar uma intensa concorrência de preços como um fator da causa dos problemas.

Mas seria esta a causa ou a estrutura de custos da empresa a causa real? Se a culpa for da política financeira, o que levou a administração da empresa a adotar essa política?

Na maioria das vezes pode-se identificar múltiplas causas para o declínio financeiro das empresas, e vários fatores inter-relacionados. A identificação dos fatores causais exige análise profunda da empresa, seu mercado, seus sistemas, equipe de profissionais, margem de rentabilidade, produtos ou serviços.

Este artigo destaca as 13 principais causas do declínio das empresas, identificados por Stuart Slatter e David Lovett em "Corporate Turnaround: managing companies in distress". 

Eventualmente outros fatores, associados aos 13 principais, também podem ser causas do declínio, tais como: (i) políticas governamentais, (ii) política cambial, (iii) subsídios, (iv) carga tributária e outros, podem fazer com que empresas percam competitividade, causando estresse financeiro.

Para Stuart Slatter e David Lovett, existem 13 principais causas do declínio das empresas, sendo 10 causas internas a empresa e 3 causas externas.

Causas Internas:

1. Má gestão;
2. Controle financeiro inadequado;
3. Fraca gestão do capital de giro;
4. Custos elevados;
5. Esforço de marketing insuficiente;
6. Exagerado nível de comercialização;
7. Grandes projetos;
8. Aquisições;
9. Política financeira;
10. Inércia ou confusão organizacional.

Causas Externas:

11. Mudanças na demanda;
12. Concorrência;
13. Variações adversas nos preços do insumos básicos.

Uma empresa que passa por reestruturação, precisa ficar atenta para atacar as causas internas e externas, para ressurgir mais forte, mais consciente, competitiva e comprometida com seus valores, objetivos e estratégia.

É preciso uma equipe motivada com as competências necessárias e comprometimento total da diretoria. Não é fácil ouvir um diagnóstico ruim, muito menos passar por um  tratamento agressivo, mas as vezes é a única solução para evitar a falência. Se um modelo de negócios se demonstra deficitário é hora de virar o barco e quanto mais cedo o fizermos, maiores as chances de sobrevivência, eu me lembro da Metal Forty que fabricava esquadrias metálicas na década de 70/80 e com algumas adaptações passou a enlatar sardinhas, depois atum, e outros se tornando a popular GOMES DA COSTA.  Jack Welch disse que raramente se arrependeu das decisões que tomou, mais muitas vezes se arrependeu por não ter tomado antes a decisão, por ter demorado demais na sua própria avaliação, achei este comentário dele sensacional porque é isto que vemos nas empresas todos os dias. A insegurança, o medo da mudança, os riscos da mudança, a zona de coforto, os vínculos emocionais, familiares, a vaidade, o desgaste de medidas impopulares, vão fazendo com que se postergue aquilo que já claro e cristalino mas que pelo custo da mudança prefere-se empurrar a situação, tentando reverter o quadro sem ter que passar por todas estas agruras que são inerentes aos processos de mudança, e dos quais nenhum gestor deve fugir da responsabilidade.

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