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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Uma estratégia para aproveitar pechinchas e ganhar com dividendos


Uma estratégia para aproveitar pechinchas e ganhar com dividendos
Por John Wasik | Reuters, de Chicago

Tim Boyle/Bloomberg / Tim Boyle/BloombergRobert Arnott: paciência na crise é recompensada por dividendos crescentes
Não é nenhum segredo que é possível fazer bons negócios com ações quando o mercado cai. Mas você sabia que pode também melhorar ou manter a receita com dividendos? De acordo com uma nova pesquisa realizada por Robert Arnott, presidente do conselho de administração da Research Affiliates, uma administradora de investimentos, e gestor do Pimco All Asset Fund, a recompensa por você ser paciente é palpável. Com as contínuas turbulências na Europa e o fraco crescimento econômico dos Estados Unidos, o uso de uma estratégia fundamentalista proporcionará um crescimento dos rendimentos no longo prazo.
Quando um "bull market" (mercado em tendência de alta) está à toda, a maioria dos investidores ignora os fundamentos das companhias e opta pelas ações mais populares, que passam uma percepção de dinamismo e estão subindo. Eles estão seguindo uma abordagem "ponderada pela capitalização" (ou crescimento), que parece brilhante até o momento em que o mercado despenca.
A melhor maneira de tirar vantagem das quedas do mercado é identificar as companhias com os menores preços relativos que pagam dividendos de maneira consistente e possuem um fluxo de caixa saudável. Arnott geralmente é mencionado como o pioneiro da chamada "indexação fundamental", que avalia as companhias de um índice acionário com base em suas vendas, fluxo de caixa, dividendos e valor intrínseco. Como tal, seu método tem uma "curva de valor" que pende para ações cujos preços estão baixos.
Os investidores que seguem uma abordagem mais fundamentalista não se "queimam" com tanta gravidade, embora isso não os impeça de sofrer com os riscos apresentados pelo mercado. Frequentemente, porém, eles são recompensados com dividendos, que continuam se mantendo e podem até mesmo aumentar após uma correção.
Arnott constatou, após examinar os dez maiores "bear markets" (fases de baixa dos mercados) ocorridos entre 1912 e 2011, que a distribuição de dividendos é significativa.
"Durante os 'bear markets,' os dividendos mal se movem; apresentam uma queda de apenas 3% em média", conta Arnott. "Cinco anos após o fim desses 'bear markets', os dividendos crescem 35% além da inflação a partir do ponto mais baixo da retração", afirma o especialista.
Isso pode parecer um contrassenso. Por que as empresas continuariam distribuindo dividendos ou mesmo aumentariam seus pagamentos após períodos de queda do mercado acionário que duram em média 20 meses? Porque elas possuem fluxo de caixa e lucros suficientes para manter os pagamentos.
Se o investidor aplicou em companhias que eram fortes antes dos declínios e tinham lucros suficientes para distribuir dividendos - e rebalanceou o portfólio para favorecê-las -, então ele está bem posicionado para a recuperação. Ao manter um viés fundamentalista, o investidor manteve as empresas mais fortes em primeiro lugar. Mas isso não quer dizer que ele não sofreu durante a fase de baixa dos preços das ações.
As perdas durante as piores quedas das ações do índice Standard & Poor's 500 (S&P 500) desde 1912 foram em média de 46%, indo de uma perda de quase 80% de 1929 até 1932, a uma perda de 52% de outubro de 2007 a fevereiro de 2009. Foi preciso ter nervos de aço para se segurar durante esses períodos; mesmo assim, em quatro deles, os dividendos reais (após a inflação) na verdade aumentaram.
Arnott chama a receita de "dividendo surpresa". Isso significa que os investidores que se mantiveram firmes foram recompensados com dividendos que não apenas continuaram a ser distribuídos, como também aumentaram após a fase de baixa do mercado acionário. "As companhias estão dispostas a pagar uma parcela maior dos lucros durante uma crise. Elas querem enviar um sinal aos acionistas", afirma Arnott.
Se o investidor quiser capturar o impacto total de um "bull market", é melhor estar em um fundo de ações indexado a um índice. Mas ele deve ter em mente que os índices de ações mais amplos são ponderados pela capitalização do mercado, ou seja, eles são dominados pelas companhias mais populares em termos de valor de mercado. Com isso, o investidor pode estar mantendo na carteira empresas que estão com os preços altos demais em relação aos seus lucros.
Outra opção é formar um portfólio rico em dividendos por conta própria, com ações específicas que apresentem planos de reinvestimento de dividendos. Esses programas permitem ao investidor reinvestir os dividendos em novas ações sem o pagamento de uma comissão.
Se o indivíduo tiver tempo e paciência para fazer o dever de casa, vai buscar companhias que tenham um histórico de distribuição e aumento dos dividendos ao longo do tempo. Além disso, vai querer empresas que tenham balanços sólidos e possam ter múltiplo preço sobre lucro (P/L) ou uma relação de preço sobre o valor contábil baixos em relação ao mercado amplo. Muitos consultores de investimentos registrados, planejadores financeiros certificados e analistas financeiros diplomados também podem criar esses portfólios em troca de honorários. (Tradução Mario Zamarian)

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