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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pequenas e Médias Empresas saem do foco dos Bancos

No transporte Coopercarga cooperativa, a maior preocupação até agora em 2014, não tem sido o estado das estradas, a renovação da frota de caminhões ou até mesmo a movimentação de cargas mais fraco por causa da Copa do Mundo. "Este ano, o tema das finanças é o que tem vindo a tomar mais do nosso tempo", diz Osni Roman, presidente Coopercarga. Ele diz que as preocupações com a falta de crédito são comuns entre os cerca de 150 membros da cooperativa, que incluem desde os caminhoneiros independentes para empresas de transporte de médio porte.

"Os bancos estão aprovando menos, exigindo mais garantias e dar uma olhada mais de perto as empresas", diz Roman. Embora este aperto de crédito não é nova, a situação piorou em 2014, como a fraqueza da economia tem vindo a fazer-se mais difícil de obter o pagamento dos clientes, aumentando a necessidade de empréstimos para resolver problemas de fluxo de caixa. "Quem precisa de uma linha de capital de trabalho rapidamente enfrenta uma série de dificuldades."
A preocupação das empresas de transporte associadas com Coopercarga está longe de ser único. As pequenas e médias empresas foram a nova fronteira para os bancos a crescer em crédito de cerca de cinco anos atrás. Agora, a julgar pelos balanços das maiores credores no Brasil, eles foram relegados a um papel secundário. O crédito para este tipo de empresa tem sido cada vez mais escasso, como os bancos obter mais temerosos sobre padrões.
Em resposta, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliou a abrangência de sua linha de capital de giro, Progeren. Valor apurou que o banco está preocupado com o aperto das condições de crédito depois de receber reclamações de grupos de comércio.Com um caráter dinâmico, Progeren varia de acordo com as condições do mercado e se concentra principalmente em micro, pequenas e médias empresas. Agora é R $ 5 bilhões o orçamento deste ano também vai oferecer empréstimos para empresas de transporte rodoviários, mas os funcionários do BNDES, ainda que admitindo a capital-trabalho crise de crédito, estão apostando que a turbulência vai facilitar em breve.
Entre os maiores bancos, os dados das demonstrações contábeis do Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil mostram que a proporção de pequenas e médias empresas no estoque total de crédito para as empresas caiu de 43,4% em março de 2011 para 38% no final do primeiro trimestre deste ano, de acordo com uma pesquisa realizada pela Serasa Experian. Em valores nominais, o crédito extraordinário para este segmento nos quatro bancos é de R $ 328700000000.
Grandes bancos de varejo não foram os únicos a se contrair. Lentamente, menores credores também se afastou desse tipo de empresa.
Este ano, o Banco Votorantim decidiu parar de fazer desembolsos para as empresas com menos de R $ 200 milhões em vendas anuais. Focada antes apenas em empréstimos a pequenas empresas, Indusval levantou a barra. Recentemente, tem vindo a dar prioridade às empresas com faturamento bruto anual de pelo menos R $ 500 milhões. Pine adotou uma estratégia semelhante alguns trimestres de volta. ABC Brasil também reduziu o espaço para as pequenas empresas em seus ativos totais.
Banco Central (BC) destaque dados como pequenas e médias empresas perderam terreno no total de empréstimos para as empresas. Durante 2013, a participação desse segmento no total de empréstimos concedidos a empresas caiu para 46,8% de 48,9%. A autoridade monetária culpa a aceleração do crescimento do crédito direcionado, em que as grandes empresas são os maiores tomadores de empréstimos.
Entre os grandes bancos, o Santander apresenta a maior queda no segmento. Nos 12 meses até março, a carteira de pequenas e de médio porte--business do banco encolheu 11,8%, para R $ 31,9 bilhões. No mesmo período, a carteira de empréstimos a grandes empresas cresceram 16,4%. "Nosso objetivo é claro: tornar-se o maior banco de [pequenas e médias empresas] no Brasil", disse o banco espanhol em um comunicado. Santander promete expandir sua oferta de produtos para o segmento, agilizando o serviço para pequenas e médias empresas com a expansão de centros regionais voltadas para o segmento.
No Itaú Unibanco, a carteira de crédito a pequenas e médias empresas também contratou, caindo 3,6% no período de 12 meses encerrado em março, para $ 83800000000. Mas a carteira de empréstimos a grandes empresas cresceram 16,9%. O banco está tentando reverter essa queda e anunciou um empréstimo de US $ 480 milhões de dólares dois credores baseados nos Estados Unidos - um banco de desenvolvimento e Wells Fargo - para financiar pequenas e médias empresas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Diferenças na inadimplência entre as pequenas e médias empresas e as grandes também ajudam a entender a restrição dos bancos no segmento. No final de 2013, os últimos dados disponíveis, a taxa de inadimplência entre as empresas menores estava em 3,35%, enquanto que entre as grandes empresas, foi de 0,32%. Note-se que as instituições financeiras têm sido priorizar empréstimos de menor risco, mesmo com margens mais apertadas, como financiamento imobiliário.
Um dos poucos bancos de médio porte que permanecem no segmento é Daycoval. Para reduzir os riscos, o banco foi optando para dispersar seus desembolsos entre um número maior de empresas, juntamente com a necessidade de mais garantias, diz Carlos Moche Dayan, diretor-executivo do banco. Ainda assim, não foi fácil de crescer dentro do nível de risco aceito pelo Daycoval. Desde 2012, o estoque de empréstimos corporativos permanece praticamente estável.
A diferença entre as taxas de inadimplência de pequenas e grandes empresas ajuda a explicar a restrição. No final de 2013, os dados mais recentes disponíveis, a taxa de inadimplência entre as pequenas e médias empresas foi de 3,4%, enquanto as grandes mostrou 0,32%. Os bancos estão priorizando os empréstimos mais seguros, mesmo à custa de margens mais apertadas.
Altair de Souza, diretor-executivo do Bradesco, diz que uma relação bancária mais ampla com os clientes ajuda a reduzir o risco de inadimplência de pequenas e médias empresas. "O fluxo de caixa do cliente passa pelo Bradesco, sua coleção é feita pelo banco e os seus fornecedores também são nossos clientes. Isso acaba mitigar o risco. "No Bradesco, a carteira de crédito do segmento cresceu 6,6% nos 12 meses até março, atingindo R $ 112,8 bilhões, o que compara com um crescimento de 12% na carteira de grandes empresas. "A questão é que há setores da economia mais aquecida do que outros", diz ele.
Entre os grandes bancos, a equação pode também tornar-se mais favorável, pois, além de crédito, outros serviços são vendidos para pequenas e médias empresas. "Os bancos de varejo assinar, por exemplo, folha de pagamento e contratos de gestão de fluxo de caixa. Estas são outras fontes de receitas adicionais para esse cliente, o que pode fazer o empréstimo mais rentável ", diz o vice-presidente de um banco de médio porte, que reduziu sua exposição a pequenas empresas.
Sem muitas alternativas de crédito, pequenas e médias empresas têm recorrido a uma velha estratégia para sobreviver. "Cada vez mais, as empresas menores têm sido recorrer aos limites de crédito de seus proprietários, como indivíduos", diz João Carlos Natal, um consultor com o Sebrae, um serviço de apoio às micro e pequenas empresas.

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