Mudança na desoneração da folha, divulgação do resultado primário do setor público, rebaixamento de rating. Indicadores mais simples ou cabeludos do mundo da contabilidade sacudiram a semana, mas foram abandonados nesta sexta-feira...ninguém quer saber de nada disso. A grande discussão do dia é para definir as cores do vestido. Azul e preto ou branco e dourado?
Ter visões distintas sobre a mesma coisa não chega a ser uma novidade.
Para a presidente Dilma Rousseff e membros do governo, por exemplo, está tudo ‘azul’ na Petrobras. Eles entendem que a empresa tem elevada liquidez e grandes volumes de reserva e por isso veem um futuro promissor para a estatal. O único problema da empresa, na visão deles, é o atraso na divulgação do balanço auditado. Com a publicação do demonstrativo, que segundo eles vai sair no prazo, tudo estará resolvido.
Já a agência Moody’s vê outra cor nas contas da Petrobras: ‘vermelho’. Segundo a empresa de avaliação de risco, o endividamento da companhia está alto e não há nada no horizonte que indique como ele vai diminuir no curto e no médio prazos, o que justifica a perda do grau de investimento.
Até o terceiro trimestre do ano passado, o petróleo acima de US$ 100 o barril e a expectativa de aumento da produção eram dois fatores que sinalizavam que a dívida líquida de R$ 261 bilhões da estatal poderia diminuir com o tempo.
Mas a cotação da commodity caiu em 40% desde então, e os necessários cortes de investimento por conta disso ameaçam as projeções de crescimento do volume de extração de petróleo nos próximos anos.
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